sexta-feira, 30 de julho de 2010

Podíamos

Podíamos deitar em um gramado florido, ver o dançar das nuvens no céu, e só veríamos corações. Podíamos olhar o brilho da lua e nos questionar se ela brilha mais do que nossos olhos ao se encontrarem, podíamos voar, podíamos alcançar o sol, podíamos contar estrelas, mols e sorrisos. Podíamos ficar embaixo de uma arvore desenhando sonhos. Podíamos deixar brotar águas de nossos olhos ao ouvir nossos corações, podíamos sorrir juntos, falar, andar, sonhar. Podíamos sentir borboletinhas nos devorando por dentro a cada beijo, podíamos ouvir sons, musicas, risos e corações batendo. Podíamos nos encaixar em um abraço e fazer isso perdurar por anos, podíamos discutir sobre sentimentos, podíamos ler poemas, livros, frases e olhares. Podíamos ver o sol nascendo e desenhar mais um palitinho no nosso caderno da felicidade. Podíamos colocar algemas em nossos pulsos e jogar a chave no mar. podíamos construir nosso paraíso, podíamos pintar as cores do passado, podíamos colher conchas, flores, frutos e amor.
Podíamos.

E mais uma vez o mundo desaba. É o fim, o conhecido fim. Dessa vez com mais força, e intensidade.
Ela se foi, ele morria lentamente.
A morte ja era familiar, os olhos ja não se abriam com frequencia. Soluços ensurdecedores invadiam a mente, quando consciente.

Tudo estava em pedaços, tudo havia sido destruido e não havia mais volta, o sol jamais brilharia e o mundo nunca mais seria o mesmo.
Não um sem o outro. Não por enquanto.
Até que chegasse o amanhã, não importa o quão longe ele estivesse, ele chegaria.
Haveria amor no brilho dos olhos novamente; e o mundo estaria completo.
Estaria completo esperando pelo fim. Era como se a felicidade dependesse, unicamente da solidão. E vice-versa...
c

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Quase todos ali dentro

tinham a nítida sensação de que seriam infelizes para sempre.
E foram.
(Caio F. Abreu)

sábado, 17 de julho de 2010

Ela sempre fez o que quis

Mas não com... com agressividade, entende? Quero dizer, ela está sempre tão dentro dela mesma que qualquer coisa que faça não é nem certa nem errada, é simplesmente o que ela podia fazer.
(Caio F. Abreu)

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A cena se repete, e, novamente, você se vai. Deixando apenas rastros e uma escolha no caminho. Mas estou cansada, já passei por essa estrada milhares de vezes. Eu só quero te encontrar, somente olhar pra você, ver teu sorrir e lembrar-me de quem já fomos.
Foi tudo tão conciso e ao mesmo tempo tão intenso que já me é impossível tentar esquecer. Eu que já nem lembrava mais como pesava ficar longe de você, agora cá estou neste abismo, sem saber como sair.
Apenas tuas mãos me salvariam.

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Agora só me restam sonhos, apesar de parte deles se constituírem por lagrimas... Porém é o único lugar que posso te ver, onde seu sorriso pode me confortar, onde seus olhos me dizem o que quero ouvir, ver seu sorriso arrebentando meu coração, teu cheiro, e o abraço mais confortante que só você proporciona...
Apenas em meus sonhos ouço o som da sua voz, onde seus lábios podem me levar pra um lugar chamado felicidade.
É neles onde me agarro hoje, único lugar onde posso enxergar luz, onde posso te enxergar.


Ando tentando sonhar acordada,
mas a luz insiste em não acender.
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domingo, 4 de julho de 2010

"A mentira é muitas vezes tão involuntária como a respiração."

Machado de Assis